sexta-feira, dezembro 18, 2009

Desenvolução

Em muitos textos que leio, conversas que tenho, lugares aonde vou e também aqui, neste blog, um assunto bem recorrente é a boa e velha pendenga dos gêneros, que começa geralmente bem cedo, quando o grupo de meninos diz para uma menina que aquele jogo não é coisa de garotinha, ou quando o grupo de meninas diz para um menino que ele não pode participar da brincadeira. Mais cedo ou mais tarde, todos acabamos encontrando alguma versão dessas situações.
Uma coisa que sempre passa pela minha cabeça ao me deparar com esses dilemas é que eles sempre me parecem tão maduros e cheios de sensatez quanto eram na época de pique-esconde, amarelinha e bolinha-de-gude — com a diferença de agora acontecer entre pessoas velhas demais para que não seja vergonhoso o simples fato do dilema estar lá. Eu entendo que haja banheiros diferentes, e que os masculinos tenham mictórios. Mas fazer qualquer distinção que vá muito além desse ponto, querendo defender qualquer posição, é como enfiar o olho dentro de um vespeiro. Não vou enfiar meu olho num vespeiro. O melhor modo que conheço para lidar com vespeiros é atear fogo, de longe. Mesmo que eu consiga produzir o tipo de fogo adequado ao caso, é impossível tomar uma distância segura — o que exigiria, por exemplo, que eu fosse um extraterrestre com meu próprio disco voador.
O que pretendo fazer é compartilhar algumas inquietações que tive recentemente ao entrar mais algumas vezes em contato com textos e conversas de gente corajosa, que não teme umas picadinhas de vespa no olho. Eu imaginei a grande movimentação do tempo e da história do mundo, com todas as suas civilizações e culturas diferentes. Todas elas têm homens e mulheres. Em todas elas eles têm filhos e filhas. Por mais que tentem puxar a corda, revirar as coisas, mudar os lados, reorganizar tudo, a consequência é sempre a chegada de uma nova geração e a saída de uma antiga. Isso me fez cansar de ficar discutindo os detalhes, atentando para ninharias. Acabei tendo uma tremenda vontade de apenas fazer parte do meu tempo, me entender com uma mulher da minha geração e dar continuidade à passagem infinita das estações pela eternidade. Gostaria de fazer isso da melhor forma, por isso acabei esbarrando com o fato de que meu tempo não é eterno, de modo que precisarei me preocupar com detalhes e ninharias, de modo que acabarei enfiando novamente meu olho em vespeiros várias vezes...
Uma coisa que sempre poderei fazer é tentar convencer os demais a deixar detalhes e ninharias um pouco de lado. Talvez um dia esses detalhes e ninharias passem a ter pouca importância, fazendo com que homens e mulheres entendam melhor suas semelhanças e diferenças.
Se fudeu! Vou publicar e NÃO VAI MAIS REVISAR BOSTA NENHUMA!!! (Gorda)

sábado, agosto 29, 2009

Twittando...

@williamlannart

...

A vida agora se resume em 140 caracteres.



Voa senso crítico!! Voa...



Minimize-se. Simplifique suas ideias. Encurte a vida.

quarta-feira, julho 29, 2009

Absolutismo


O Brasil passou a viver em regime absolutista a partir da Constituição de 1988. Nosso soberano absoluto?

José Sarney
!


segunda-feira, julho 06, 2009

Frases Pontuais


Onde existe desigualdade, é uma afronta a ética falar de liberdade.


PS: Como ando sem tempo e sem um computador com acesso a internet pra poder postar com certa regularidade, vou tentar postar algumas frases polêmicas (de minha autoria ou não) para poder gerar reações!

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Decapitando cabeças

Dos mesmos criadores de "Constantemente o tempo todo", da mesma produção de arte de "Invariavelmente sempre" , do mesmo diretor de "Vitrine de vidro" e da mesma equipe responsável pela criação de "O que é que tem mesmo nesse calzone de requeijão?" e "Sábado é que dia da semana mesmo?", vem aí, o mais novo sucesso da série Pane Mental de redundâncias pleonásticas extraonrdinariamente incomuns e originalmente criativas: "Decapitando cabeças!" Uma história de paixão, suspense, aventura... e mil elefantes! E com um plus a mais adicional de brinde grátis sem qualquer custo. Segue uma sinopse da história:

Pensar a respeito do que dizer publicamente sobre um tema de pesquisa, juntamente com o desenvolvimento de uma idéia de como escrever seriamente acerca desse tema, ao mesmo tempo em que se lê, de modo distinto e com diferentes níveis de atenção e memória, uma numerosa quantidade de livros, artigos, teses e outras publicações de assuntos correlatos, aliados a um repouso de leitura com três bons livros em dois idiomas diferentes, tudo isso considerando muito bem o fato de que eu NÃO consigo pensar em mais de UMA só coisa ao mesmo tempo, faz com que, nos momentos de descontração do intelecto e conversa sobre coisas comuns e triviais (mais uma vez, afinal não nos contentaríamos só com coisas comuns... elas precisam ser comuns E triviais), aconteçam algumas dessas pérolas notáveis da repetição conceitual reincidentemente reflexiva. Isso acaba criando o meu estado de ondulação cerebral permanente, que costumo chamar de 'pane mental'. Entre outras coisas, é possível sofrer efeitos de deslocamento espaço-temporal instantâneo no mais notável estilo "minha nossa! já são seis horas da tarde", "eu jurava que hoje era ontem" e "não faço a menor idéia de onde estou, mas esse lugar me soa familiar (num pensamento ao chegar na própria rua)", além de que ainda é possível demorar mais de dez segundos e três 'alôs' para perceber que estou atendendo uma ligação telefônica e também responder sequências inteiras de uma conversa com um "hã?!", mesmo depois de empreender todo esforço para prestar atenção fixamente. Atravessar ruas é algo emocionante. Manter-se longe de avenidas é vital. É possível perceber efeitos involuntários semelhantes em mentes próximas, meio que contaminadas por uma espécie de aura de pane mental, com consequências do tipo produtos que eu nem sabia que havia comprado sendo passados sem nenhum 'bip' evidente e nenhum registro de compras na caixa registradora do mercado, com a atendente sorrindo com o ligeiro olhar de quem está esquecendo de alguma coisa diante do meu olhar de quem está esquecendo a maior parte das coisas e tentando manter um só foco na atenção — um foco que geralmente está longe, no reino das abstrações. Mesmo as máquinas assumem um comportamento peculiar, por vezes chegando (no caso de um utensílio mais pessoal como computador ou celular) a desenvolver uma personalidade própria, eminentemente dotada de uma vasta disposição para fazer birra, mesmo que depois volte a funcionar com perfeição sem que para isso haja qualquer mudança significativa nos fatores que costumam reger tais equipamentos. Eu queria elencar mais uma lista de coisas estupidamente engraçadas que acabei dizendo ao tentar conversar durante o estado de pane mental agravada, mas todas elas estão se escondendo nas bordas da minha percepção e se esquivando da minha tentativa de foco em escrever este texto agora.

"Decapitando cabeças" está em cartaz nas melhores casas de imagens animadas e deve permanecer até o fim do próximo inverno, enquanto durar minha pane mental. Aproveitem.