terça-feira, fevereiro 17, 2009

Decapitando cabeças

Dos mesmos criadores de "Constantemente o tempo todo", da mesma produção de arte de "Invariavelmente sempre" , do mesmo diretor de "Vitrine de vidro" e da mesma equipe responsável pela criação de "O que é que tem mesmo nesse calzone de requeijão?" e "Sábado é que dia da semana mesmo?", vem aí, o mais novo sucesso da série Pane Mental de redundâncias pleonásticas extraonrdinariamente incomuns e originalmente criativas: "Decapitando cabeças!" Uma história de paixão, suspense, aventura... e mil elefantes! E com um plus a mais adicional de brinde grátis sem qualquer custo. Segue uma sinopse da história:

Pensar a respeito do que dizer publicamente sobre um tema de pesquisa, juntamente com o desenvolvimento de uma idéia de como escrever seriamente acerca desse tema, ao mesmo tempo em que se lê, de modo distinto e com diferentes níveis de atenção e memória, uma numerosa quantidade de livros, artigos, teses e outras publicações de assuntos correlatos, aliados a um repouso de leitura com três bons livros em dois idiomas diferentes, tudo isso considerando muito bem o fato de que eu NÃO consigo pensar em mais de UMA só coisa ao mesmo tempo, faz com que, nos momentos de descontração do intelecto e conversa sobre coisas comuns e triviais (mais uma vez, afinal não nos contentaríamos só com coisas comuns... elas precisam ser comuns E triviais), aconteçam algumas dessas pérolas notáveis da repetição conceitual reincidentemente reflexiva. Isso acaba criando o meu estado de ondulação cerebral permanente, que costumo chamar de 'pane mental'. Entre outras coisas, é possível sofrer efeitos de deslocamento espaço-temporal instantâneo no mais notável estilo "minha nossa! já são seis horas da tarde", "eu jurava que hoje era ontem" e "não faço a menor idéia de onde estou, mas esse lugar me soa familiar (num pensamento ao chegar na própria rua)", além de que ainda é possível demorar mais de dez segundos e três 'alôs' para perceber que estou atendendo uma ligação telefônica e também responder sequências inteiras de uma conversa com um "hã?!", mesmo depois de empreender todo esforço para prestar atenção fixamente. Atravessar ruas é algo emocionante. Manter-se longe de avenidas é vital. É possível perceber efeitos involuntários semelhantes em mentes próximas, meio que contaminadas por uma espécie de aura de pane mental, com consequências do tipo produtos que eu nem sabia que havia comprado sendo passados sem nenhum 'bip' evidente e nenhum registro de compras na caixa registradora do mercado, com a atendente sorrindo com o ligeiro olhar de quem está esquecendo de alguma coisa diante do meu olhar de quem está esquecendo a maior parte das coisas e tentando manter um só foco na atenção — um foco que geralmente está longe, no reino das abstrações. Mesmo as máquinas assumem um comportamento peculiar, por vezes chegando (no caso de um utensílio mais pessoal como computador ou celular) a desenvolver uma personalidade própria, eminentemente dotada de uma vasta disposição para fazer birra, mesmo que depois volte a funcionar com perfeição sem que para isso haja qualquer mudança significativa nos fatores que costumam reger tais equipamentos. Eu queria elencar mais uma lista de coisas estupidamente engraçadas que acabei dizendo ao tentar conversar durante o estado de pane mental agravada, mas todas elas estão se escondendo nas bordas da minha percepção e se esquivando da minha tentativa de foco em escrever este texto agora.

"Decapitando cabeças" está em cartaz nas melhores casas de imagens animadas e deve permanecer até o fim do próximo inverno, enquanto durar minha pane mental. Aproveitem. 

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Muffins

Acabo de empacotar minhas tralhas para uma mudança de casa. Tenho lembrado, nestes últimos dias como integrante da velha república sem nome, de muitas coisas que me aconteceram aqui, nesse lugar aconchegantemente sujo e receptivamente desordenado. São boas lembranças. Foi um bom lar. Tenho descoberto, porém, que pessoas, muito mais do que lugares, me fazem sentir em casa. Minha terra só é minha morada por causa da família, que espera de braços abertos e com saudades; e pelos bons amigos, que me arrastam para algum boteco e me xingam quando vou embora denovo. 
Minha vida tem sido uma encantadora sucessão de aventuras e desastres, com poucas coisas conseguindo ficar estáveis por mais tempo que o sopro de um vento. Dessas poucas coisas, a maior parte são laços de amizade, que prendem a memória nos bons momentos, quando é possível sentir que um olhar de consideração nos dá um lugar para existir... um lugar mais importante que qualquer pedaço de chão, e que transfigura até mesmo o ambiente mais apertado, fazendo-o ser uma ampla parte da terra, melhor e mais bonita que as demais. 
Desde que vim para cá, longe no Sul, a coisa mais surpreendente e benfazeja que me aconteceu foi justamente ter recebido um novo lugar onde existir, e ter finalmente percebido, no tempo em que me vi completamente fora de casa, toda importância de ter na vida um conjunto de gente que me faz sentir em casa onde quer que eu esteja. Mais duas coisas além dessa são importantes num lugar, se queremos estar realmente aconchegados, como na boa e velha terra natal: um bar em que conhecemos os garçons e um mercadinho no qual pelo menos uma das moças bonitas que nos atendem sabem do que gostamos e nos chamam pelo nome. 
Irei, portanto, mais uma vez, desejar um bom dia para a moça bonita do mercado. Lá, os muffins permanecem bons à despeito das contingências da vida, bem como as bebidas, devidamente geladas. Pouco importa se, à noite, estarei habitando um espaço de chão diferente, porque, apesar de ter me mudado para a vizinhança de um outro mercadinho, poderei ir ainda para o mesmo bar em que conheço os garçons, e me encontrar com um punhado das pessoas que me fazem sentir em casa onde quer que eu esteja. A elas poderei prestar minhas reclamações das saudades que tenho daquele outro tanto de pessoas que primeiro me fez saber que tenho um lar.

sexta-feira, outubro 10, 2008

The Unspeakable Vault (of DOOM)

Apresento aqui três sites muito bons de tirinhas para nerds que gostam de coisas de nerds e de rir dessas coisas.
Um deles, que dá nome a esta postagem, apresentado por um Lord Nerd das eras antigas, muito gente boa e praticamente um hobbit, chamado Pê-xís, integrante do grupo de nerds que jogam mago, bebem a Lama de Mordor (o café especialmente produzido para o jogo) e o Mel da Wyrm (totalmente autoexplicativo) aos domingos. O outro, apresentado pela Gôrda — também integrante do grupo de mago, apesar de temer a Lama de Mordor e de conseguir ser moderada ao consumir o Mel da Wyrm —, que minha opinião diz ser a nerd mais bonita e simpática (vou resumir em dois adjetivos, pra evitar que muitas sedas se rasguem) que já conheci. Como as coisas boas sempre vêm em três, segue mais um link apresentado pela Gôrda em seguida, numa espécie de homenagem ao fato de eu estar agora jogando D&D num ótimo grupo, graças ao convite dela. As imagens e as tirinhas para as quais elas destinam falam por si mesmas. Eu presumo obviamente que todos os nerds são naturalmente contaminados com o idioma inglês ao longo da vida, através de música, vídeo-game, quadrinhos e rótulos de comidas e bebidas estranhas, bem como livros de rpg que jamais serão traduzidos. 


(vai abrir uma propaganda, mas é só continuar que dá no lugar certo)

terça-feira, outubro 07, 2008

Evolução lin-guís-ti-ca

Parece uma boa ideia aproximar nações separadas, contribuir para o espírito de unificação e realizar algo significativo para a prosperidade de uma comunidade linguística. Como amante das palavras e da língua portuguesa, gostaria de começar minhas postagens aqui falando disso: dessa entidade crucial da existência, nem apenas ferramenta, nem meio somente, mas de fato fundamento necessário de tudo que somos e fazemos (pelo menos até que consigam me mostrar alguém completamente desprovido de linguagem). 
Nossa língua foi recentemente reformada, depois que o presidente assinou o acordo. Ao que parece, nossas queridas onças amarelas agora contêm todas um erro de acentuação e ninguém mais pode fazer churrascos tradicionais, por falta de trema. O que eu achei inicialmente ser uma violência contra todos os meus esforços em aprender um português correto, revelou-se aparentemente uma pequena correção de alguns detalhes estéticos. 
Tentando ver alguma razão para pessoas de bem fazerem tanta questão de uma reforma, descobri que o primeiro projeto largamente discutido neste país foi a proposta da Academia Brasileira de Letras, em 1907, amplamente debatida e rebatida por ilustres figuras de nossa literarura. Desde então, foram muitas — me surpreendi com o número — reformas, contra-reformas, recauchutagens e querelas passadas e correntes acerca do bom e velho português.
Preciso concluir que, ao contrário de ser uma só entidade morta e embalsamada, nossa língua é um conjunto populoso de entidades mais ou menos hostis e permanentemente em guerra. Sou partidário de manter as diferenças e aprender a lidar com elas, ao invés de as aniquilar. Minha opinião diz que diferenças enriquecem a cultura, que nada contribui mais para aproximar várias nações do que o mútuo respeito (que não depende das diferenças de fala e escrita, mas de compreensão e vontade, sempre acessíveis a todos) e que a prosperidade de qualquer comunidade linguística acontece quando seus falantes se aperfeiçoam e tornam-se capazes de fazer com que a sua fala, independentemente dos desacertos, ecoe através do tempo. 
Sou favorável a mudanças, mas apenas à mesma espécie de mudanças que acontece com uma semente que germina e com uma árvore que cresce. Apesar de ter móveis de madeira e de falar um português reformado, não gosto muito da ideia de cortar as árvores, principalmente se for por motivos ruins ou fracos como cortar todos os galhos e reduzir todos os tamanhos para que todas sejam iguais. Prefiro falar na linguagem por demais brasileira do João, que permite certos desacompassamentos bem medidos, do que compactuar com reformas que deixam nossas onças destelhadas, nossas cabeças vazias e nossos churrascos sem combustível. 
Estejam à vontade para dizer se e onde eu agredi o bom e velho português, tanto aqui, quanto em todas as minhas futuras postagens, porque considero uma covardia golpear velhinhos indefesos. 
P. S.: Em nome do Alexander, do Lannart e da minha querida Opinião (que estará sempre presente em minhas postagens), gostaria de desejar boas vindas a mim mesmo.


quarta-feira, setembro 10, 2008

Obras Datadas

Li recentemente "O Manifesto Comunista", de Marx e Engels, e "O Príncipe", de Maquiavél.

Friedrich Engels & Karl Marx : Pais do Socialismo Cintífico


Pode ser um pouco cedo para ter essa opinião, mas é a seguinte:

Não há nada de novo, ao menos pra mim, nessas duas obras. Não poderia de forma alguma questionar seu valor histórico, mas de forma alguma consigo vê-las fazendo diferença nos tempos atuais, principalmente O Manifesto. Falo de mundança de ideologias, desvendar de cortinas, chamado para a revolução e etc. No caso do Comunismo, penso que precisaria de uma ferramenta nova e muito mais forte para que se possa comover as pessoas. Creio que ser ingênuo a ponto de acreditar na força do Manifesto, hoje, é no mínimo se deixar ser tomado por utópico e tolo.

Fui a minha médica hoje (Otorrino) e ela viu O Príncipe em minhas mãos. Logo disse que era uma obra ultrapassada. No que só pude concordar, por ser da mesma opinião.

Mas isso me colocou a pensar...

Essas obras ainda fazem parte da nossa formação superior por haver uma grande quantidade de pessoas que saem do ensino médio sem um mínimo de senso crítico ou por existirem professores ultrapassados que ainda sonham com a revolução e o fervor de tempos idos?

Ou quem sabe os dois?

quinta-feira, setembro 04, 2008

Alma de Plástico

Pepa do Celso

Perdi hoje um grande amigo...

Agora que não estou mais no trabalho posso chorar sua perda.

É incrível como as coisas tomam diferentes proporções através de meios inesperados. Conheci o Celso através de um grupo na internet que surgiu a partir de listas de e-mail sobre rock do site Whiplash, onde falar mal do Jimmy Hendrix e a criação desses grupos foram as únicas boas que tirei de lá. Foram anos de convívio virtual e alguns encontros reais com a turma. Criamos vínculos tão fortes uns com os outros que chegamos a parecer uma família. Posso dizer que vivemos intensamente essa amizade. Até mesmo brigávamos e nos desentendíamos de maneiras que só as pessoas que são muito queridas umas para as outras conseguem.

Uma desses desentendimentos gerou um racha na nossa primeira lista, a extinta Euthanasia, que depois acabou culminando no seu fim. Dessa lista surgiu a Tequileños, onde continuamos a trocar e-mails diários sobre "a vida, o universo e tudo o mais". Havia abandonado a Tequileños e só voltei depois de um convite do Celso.

Desde as primeiras mensagens com esses amigos, inclusive o Celso, já se completaram quase 09 anos...

"Alma de Plástico" é como o Celso costumava se chamar entre tantos outros estranhos e engraçados nicks como "Fígado Sensual". Agora só me resta discordar dele pois sua alma não era de forma alguma de plástico. Talves o fosse devido a certeza de que ela não era biodegradável. Mas mesmo o plástico, após centenas de anos, se consome. A alma e o coração do Celso eram infinitos e elásticos como o universo.

Vá em paz!

quarta-feira, agosto 27, 2008

Old times...

Gastei horas nesse site me divertindo! Veja como você poderia ser anos atrás!

http://www.yearbookyourself.com/


1960

1970

1974

1980

1994