terça-feira, fevereiro 02, 2010

Dialética do Cotidiano

É engraçado ver e ouvir as desculpas que as pessoas arrumam para encobrir os próprios erros e defeitos. Chegam a mentir para si mesmas. Digamos que essa atitude complemente e se encaixe como uma luva a atitude da "síndrome da culpa no outro".

Aliás... a vida do ser humano e o seu comportamento se dá bastante em função de culpas. Ou você coloca a culpa em alguém, sem remorsos ou escrúpulos, visando apenas o benefício próprio , ou fica remoendo a culpa e lamentando sobre os problemas da vida e por tudo que fazem com você.

- A felicidade está logo ali virando a esquina.

- Que pena o mundo ser redondo!


Desliguem o detector de arrogância, por favor. Ou irão achar que ele não está funcionando muito bem ou me deixarão constrangido dizendo que ele apitou bem alto.

Só assumo culpa quanto a ficar me lamentando sobre a vida. Mas quanto a isso, passo por muitos altos e baixos. São altos bastante altos e baixos razoavelmente baixos. Então acho que estou no lucro! Quanto a culpa, pura e simples, encaro-a com naturalidade. Sinto que consigo me isolar de uma situação, mesmo que eu esteja envolvido e/ou até mesmo errado, e analisá-la com sabedoria. O problema é que além de serem poucas as pessoas que conseguem ser imparciais, elas também não acreditam que alguém o possa.

E daí surgem os desentendimentos "diversus infinitus continuum complicadus". É aquela disputa de egos e personalidades. Opiniões e gênios fortes se chocam. Moral, índole, ética, valores... Surge um arcabouço de palavras e conceitos que não se explicam sozinhos.

... e as pessoas não conversam. Não discutem aquela boa e saudável discussão. Para a grande maioria, discutir é brigar. Se não realizamos esse exercício que deveria ser diário, não conhecemos as diferenças do outro. Dessa forma, não podemos sequer estabelecer nossos próprios limites.

Lamentável.


Viva a dialética nossa de cada dia.

5 comentários:

  1. Os maiores problemas que já tive com convivência vieram da falta de comunicação ou das falhas na comunicação. Acho que o tipo mais comum de gente tem dois tipos de olhar. O olhar de "eu não vou te ouvir, NUNCA!", ou o olhar de "estou te ouvindo com meu filtro especial que não dá a mínima atenção para o que você pensa, nem para o que você quer dizer". Conheço poucas pessoas que parecem capazes de conversar de verdade: não só dizer e ouvir, mas esforçar-se genuinamente para entender e fazer-se entender. Mesmo quando parece que uma conversa aconteceu de verdade, não costumamos ter plena segurança, porque não vemos nem a nós mesmos e nem aos outros por dentro, de modo que nem sempre os pensamentos que parecem concordar estão realmente em acordo. O que gera a necessidade de mais conversa, que, por sua vez, dá margem para mais problemas, que tendem a agravar-se ao infinito se não forem superados por alguma boa vontade adicional que suplante essas duas tendências de nós mesmos (que somos o tipo mais comum de gente, de modo que não estamos internados nos lugares para tratamento de gente incomum): não ouvir de modo algum, ou ouvir de modo torto. Que continue viva a dialética nossa de cada dia.

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  2. Eu não posso mentir e dizer que não tenho problemas de comunicação... Mas meu problema não é ouvir, nem me colocar no lugar do outro; meu problema é que me sinto pessoalmente ofendida em meus discursos apaixonados (não consigo manter discussões no campo das ideias), especialmente quando a outra pessoa subestima minha inteligência. Trocar ideias comigo é tranquilo, discutir me estressa (MUITO).

    Beijo da Gorda

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  3. Cara, legal tu ter colocado em evidência o lance da culpa. Estou preparando um mega-post que contem, entre outras coisas, esse lance da culpa. E sim, para surpresa geral eu vou fazer um post...hahahahaha. Concordo totalmente com o que você expôs, mas também, acho que o que você disse nem está mais no campo da opinião, mas sim o fatual. Um abraço!

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  4. Genza... tem uma máxima que é dita no Serviço Social, creditada a Tancredo Neves, segundo o especialista em todos os assunto, O Google, que diz o seguinte: "Não são os homens, mas as idéias que brigam". Eu tento sempre levar isso pra toda discussão. É difícil cumprir isso a risca, ainda mais se falarmos em paixões e flamas. Eu gosto especialmente de discussões, mas também de trocar idéias.

    Alexander... promessas... Começo apenas agora a acreditar que você vai postar algo. Hehehehe... Já que se deu ao trabalho de postar um comentário, creio que em breve saia um post!! Aguardo ansiosamente, putardo master das trevas!!

    Bogodelhos, ainda bem que não nos enquadramos em nenhum dos dois tipos de pessoas que vc citou! =D Aliás... a gente se enquadra em algum tipo de pessoa, grupo ou padrão? o_O Nerds, Geeks ou Losers não conta! Hahahaha!

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  5. CARALHO! Porra vcs ficam escrevendo esse monte de coisas q não entendo nada!
    Pulha, eu sei q eu zoei com vc, mas vc apelou no post!

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